ENTREVISTA COM UM HOMEM DE GENTIL PRESENÇA, ÉZIO LUIZ PEREIRA – EDITADA!

É com grande satisfação e alegria que a TV Retirantes apresenta mais um trabalho de utilidade pública, quando divulga uma entrevista com o escritor, juiz, e teólogo, Ézio Luiz Pereira.

O currículo está longe de ser esgotado com apenas as três qualificações acima descritas, mas gostaríamos de destacar um detalhe na pessoa de Ézio que é unanimidade, é um homem de gentil presença.

Alandati teve o privilégio de ser recebido na casa do escritor, descrita pelo próprio como meio “chácara” – um recanto silencioso e agradável, localizada na Cidade de Mimoso do Sul – ES, interior do Estado Capixaba, e sem dúvida, foi um dia abençoado.

O assunto principal não poderia ser outro senão A Palavra de Deus. O teólogo, que também é juiz, acompanhado de sua amada esposa, pôde demonstrar um vasto domínio de várias áreas do conhecimento, além de apresentar características peculiares relacionadas à humildade, respeito às diferenças e atenção ao outro. Enfim, foi um domingo agradabilíssimo aquele do encontro.

Como desdobramento do encontro entre os dois, Ézio e Alandati, de forma muito natural e leve, foi realizada uma entrevista, a qual o escritor atendeu prontamente a solicitação do blogueiro, respondendo de forma direta e sem fuga, aos temas propostas, embora alguns apresentassem conteúdo não muito confortável para serem abordados.

Veja no que deu esse encontro entre Ézio Luiz Pereira e Alandati na entrevista que é apresentada, na íntegra, conforme abaixo:

Alandati – Irmão Ézio, Paz e Graça! Gostaria de começar a nossa entrevista solicitando que o irmão resumisse a sua vida cristã, desde a sua conversão até o estágio de hoje, com destaque às experiências genuínas com Deus, e não congregacionais.

Ézio Luiz – Paz e Graça (a propósito, essa é a saudação epistolar encontrada em todas as cartas paulinas, nos três primeiros versículos de cada uma delas). Pois bem. Do nascimento (janeiro de 1963) aos onze anos de idade frequentei a Igreja Presbiteriana do Brasil em Vitória/ES, por influência da família de minha mãe, cujos ascendentes são quase todos presbiterianos, muitos dos quais até hoje. Dos doze anos (janeiro de 1975) aos quarenta e nove (início de 2012) frequentei a Igreja Cristã Maranata (quando ainda era “igreja cristã presbiteriana”), portanto durante trinta e oito anos, dentre os quais trinta anos exercendo o diaconato (1982-2012).

Alandati – Desculpa interromper, irmão Ézio, mas que revelação seria essa que deixa um homem capaz, conhecedor da Palavra de Deus, e com perfil apascentador, por TRINTA anos no diaconato??? Quantos já vimos que, em questão de meses ou em poucos anos, na ICM, chegam a ser ordenados pastores, passando por todos os outros postos rapidamente!!!

Ézio Luiz – Pois é, Alandati, eu não sei… Bem, como ia dizendo, nesses trinta e oito anos foram inúmeras experiências maravilhosas com Deus, sobretudo na adolescência enfrentando a violência de um pai alcoólatra e ateu. Contudo, guardo com carinho os livramentos, as horas de oração, de louvor e de leitura à Palavra de Deus, que aliás foi – refiro-me aos estudos bíblicos de forma autodidata – um sustento como um “favo de mel” em terreno inóspito. Confesso que essas inúmeras experiências com Deus – eu escreveria dezenas de livros sobre cada uma delas – emanam de um relacionamento íntimo com o Deus Altíssimo; não reputo que isso seja fruto de uma experiência com denominações, pois o lugar de congregação não me parece importante, tanto que o Senhor Jesus advertiu àquela mulher samaritana que se importava com o “onde” adorar (Jerusalém ou Gerizim) e criou um nova leitura deslocando o “onde” (Jerusalém ou Gerizim) para o “como” (“em Espírito e em Verdade”). Afinal, no local que estiverem reunidos dois ou três em Nome de Jesus, ali Ele estará. O que passa disso é sectarismo religioso contrário ao modelo bíblico.

Alandati – É, irmão Ézio, quem pensava que a vida do irmão era só sombra e água fresca, hein?

Mas, como o irmão se tornou escritor? Em que momento houve esse despertamento na tua vida? Quantas obras foram produzidas até hoje? Quantas delas são ligadas a estudos bíblicos?

Ézio Luiz – No livro bíblico de Provérbios, capítulo 23, versículo 7, encontramos: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é (…)”. Isso implica dizer que nós somos o que acreditamos ser e eu acreditei que era um escritor desde os nove anos de idade, quando uma professora de primário leu um pequeno texto que eu havia escrito e me disse: “Ézio, você é um escritor!”. Então, eu acreditei (rs…) e “deu no que deu”! Por enquanto, escrevi e publiquei quatorze livros, dentre os quais alguns na oitava edição, adotados em Faculdades de Direito. Escrevi nove livros na área do Direito e cinco na área da Teologia. O último livro que publiquei no ano passado, foi a minha tese de doutorado em Teologia, com ênfase em Soteriologia (estudos ligados à salvação), cujo título é: “Aspectos da Graça na Perspectiva Neotestamentária”, pela Editora All Print, São Paulo. Estou trabalhando na possibilidade de escrever algo sobre oratória e homilética. Atualmente, sou o juiz de direito capixaba, na ativa com o maior número de livros publicados.

Alandati – Que coisa curiosa! Vemos que aquela professora era uma voz de profecia, pois de fato a sua percepção foi precisa! Mas, responda irmão, depois de tantas obras escritas, podemos dizer que o irmão conseguiu adquirir um bom ganho com a produção desses livros?

Ézio Luiz –  Do ponto de vista financeiro, nunca auferi rendas com os livros que escrevi, porque abri mão dos lucros em prol de editoras, entidades, pessoas etc. Isso não é problema para mim. Não escrevo para obter rendas;  o meu ganho é outro. Assim é que, o retorno que tenho não está no campo financeiro; é maior do que isso. Escrever é transbordar. Escrever é um êxodo, no qual você sai de si, vai para o outro que lê e volta para si. Escrever é renascer no outro; é superar; é transcender. É mais do que prazer; é um êxtase emocional (rs…), daí porque escrevo e escrevo. Já produzi dezenas e dezenas de artigos. Ler e escrever, para mim, significa muito.

Alandati – Que maravilha! Quando se faz algo com amor, as outras coisas ficam em segundo plano!

Sabemos que o irmão é magistrado, e para se chegar a tal função na sociedade é necessário muito empenho em estudo. Como o irmão pôde conciliar a sua vida eclesiástica junto a essa empreitada de concursos públicos, até sua aprovação, para o cargo que ocupa atualmente?

Ézio Luiz – Estudei vários anos para a aprovação no concurso da magistratura capixaba. Estive por um fio para a aprovação para a magistratura federal em 1993. A questão de tempo, nós fazemos o nosso tempo. Todos nós temos 24 horas, à disposição, para escolhermos com o que vamos gastá-las. Isso depende de escolhas e prioridades, crenças e leitura de vida. Costumo dizer que ninguém é mais inteligente que ninguém. Existem os persistentes e os desistentes. Eu sempre fui um insistente obstinado, talvez um pouco teimoso. Tenho um perfil meio polêmico, vanguardista, questionador, curioso e excêntrico (rs…). Só não questiono a minha fé em Deus e sobre isso não negocio. Não tenho “crises de fé”. Aprendi a simplesmente crer, em qualquer circunstâncias. Mas deposito a minha fé no meu Senhor; não em organizações eclesiásticas. Há muitas situações que parecem ser de Deus, mas não são, embora pareçam muito (rs…).

Alandati – Glória a Deus! Que distinção maravilhosa!

Sabemos que o irmão se formou em Teologia, em nível de doutorado. Quais foram as dificuldades que o irmão enfrentou para que conseguisse também esse título?

Ézio Luiz – Em qualquer área do conhecimento, a conclusão do mestrado e doutorado reclama muito tempo de pesquisa, de investigações literárias etc. Concluí um curso de pós-graduação lato sensu (especialização) em Direito Constitucional. Concluí um curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado) em Direito das Relações Privadas. Concluí um curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado) em Teologia, com ênfase em bibliologia. Concluí um curso de pós-graduação stricto sensu (doutorado) em Teologia com ênfase em soteriologia. Todos os trabalhos monográficos de conclusão eu os transformei em livros publicados. Também concluí outros cursos. As dificuldades foram inúmeras, de todos os pontos de vista, mas não desisti, porque eu acreditei que poderia concluir e obter. Nunca desisti de meus sonhos profissionais. Acho que isso fez uma diferença muito grande. Há quem pense – equivocadamente – que  estudar é “pecado”, que o conhecimento é pecado, que estudar Teologia é estar não “razão”; não na “revelação” e outras bobagens que não têm respaldo bíblico. Não é interessante para alguns líderes religiosos que os membros de sua organização saibam muito, porque darão trabalho e questionarão aquilo é repassado em “nome de Deus”. Isso é altamente perigoso, do ponto de vista espiritual e as consequências são terríveis para quem toma essa prática como hábito. Deus advertiu para uma adoração com o espírito (fé) e com o entendimento (razão).

Alandati – Olha, só temos a torcer que o irmão conclua mais e mais cursos, e use bastante a razão, pois aí seremos brindados com novas obras do Ézio!

Mas, agora vamos abordar um assunto um pouco delicado, e não poderíamos deixar de perguntar: quais foram as razões que levaram o irmão a deixar o rol de membros da Igreja Cristã Maranata? Existiria alguma espécie de desavença ou desentendimento com alguém dentro da denominação citada?

Ézio Luiz – Você me fez uma pergunta complicada (rs…) e nem tudo seria conveniente expor, porque não quero ferir a ética ou ser interpretado equivocadamente. A despeito de ter frequentado a ICM, como membro e diácono, durante trinta e oito anos, participando de vários seminários até o último período, conhecendo bastante a organização eclesiástica, no ano de 2012 deixei a ICM. Sempre fui um estudioso da Palavra de Deus, desde a minha infância. Quando eu me deparava com dogmas, dentro da organização, muitos dos quais frutos de experiências, portanto fincados em empirismo e pragmatismo, notava que não havia correspondente no modelo bíblico neotestamentário, com o devido respeito. E não há “pecado” ou ilícito em divergir no campo doutrinário. Não critico quem sai; não critico quem fica, mesmo após a crise e escândalos, objetos de notícias na mídia, investigação policial, processos judiciais etc. O fato é que eu não concordava com várias linhas doutrinárias adotadas e alguns comportamentos, sobre os quais não pretendo aqui comentar. Há interpretação bíblica que – na minha opinião – ferem a interpretação bíblica sistemática contextual (e aqui renovo o respeito, porque lá tenho amigos antigos). Quando você frequenta a casa de alguém e você não concorda com a linha adotada, não é bom você combater ou tentar mudar o que não é seu. Melhor é você sair e tentar se identificar com outra casa. Vou te dar um pequeno exemplo: Lutero tentou mudar a Igreja Romana, sobretudo quando entrou “fermento” na doutrina, mas não conseguiu. Num primeiro momento, ele não queria sair; ele queria melhorar, mas não se muda um sistema assim. Então, você fica diante de uma escolha. Penso que devemos nos congregar numa igreja com a qual nós nos identificamos. A princípio, todas as igrejas são boas e todas têm falhas. Depende de seu entendimento e da interpretação bíblica. Você poderá tomar um texto bíblico isolado e criar uma religião, baseada num texto e na sua interpretação. Isso é muito perigoso, do ponto de vista hermenêutico. Há um risco de subjetivismo mascarado de espiritualidade, sobretudo para quem não possui conhecimento bíblico profundo. Há dogmas por aí, rotulados de “revelacionais” que não possuem respaldo bíblico. São frutos de subjetivismo e de interpretação de “ginástica contorcionista”. Há líderes que conhecem muito a sua “cartilha eclesiástica” e suas “tradições”, mas não possuem conhecimento bíblico profundo. Você já ouviu em algum lugar?: “os ministérios estão acima dos dons espirituais”, “quem visitar outra igreja evangélica vai para o ‘banco'”, “se usar barba está desacertado” (lembre-se de barba de Arão), “se usar a razão, está fora da revelação”, “se não vier por amor vem pela dor” (quebrando o livre arbítrio que Deus deu ao ser humano), “dons de ciência se divide em sonhos, visões e revelações”, “só pode ser batizado se passar pela ‘consulta'” e outras dezenas de doutrinas criadas à margem do Texto Sagrado, com as quais não posso concordar. Em que lugar isso está escrito na Palavra de Deus? Alguém com alto posto eclesiástico dentro de uma determinada organização, já me disse confidencialmente, que alteraram a sequência dos livros finais do Antigo Testamento, para: “Zacarias, Malaquias e Heresias” (rs…). Então, eu mesmo me coloquei “no banco”. Aliás, eu mesmo já fui “disciplinado”, por um “sacerdote”, porque deixei de frequentar, por uns meses a “madrugada obrigatória no templo” porque eu estava estudando para o concurso da magistratura. Contudo, o Senhor me concedeu vitória! Glórias ao Seu Grande Nome!

Alandati – Concordo plenamente com o irmão!

Em alguns livros do escritor Ézio, vemos a expressão “além da letra”. O que o irmão tem a falar a respeito de tal ideia em relação à interpretação bíblica? O teu entendimento, desde a publicação das obras que continham tal título até hoje, permanece o mesmo?

Ézio Luiz – Não me arrependo do que escrevi em meus livros, mas devo confessar que rotulei o livro de forma equivocada e hoje eu não rotularia daquele jeito. Contudo, já diziam os romanos: errare humanum est (rs…). Explico. É que, quando eu rotulei dois de meus livros acrescentando a expressão “além da letra” (“Bíblia: além da letra” e “Eclesiastes: além da letra”), eu não fui feliz no título e isso foi fruto de circunstâncias e de um momento vivido. Quando você ultrapassa a letra da Palavra de Deus, fica suscetível a cair num subjetivismo acentuado e cai numa “tipologia” que ultrapassa a verdadeira mensagem bíblica. Afinal, o que está “além da letra”? A sua interpretação? A sua “tipologia”? Quem te dá legitimidade para dizer que aquela interpretação eclesiástica é a correta? Você mesmo? Dar-te-ei um exemplo: na Palavra de Deus, há alguns veículos de comunicação de Deus para o ser humano, tais como sonhos, revelações e visões (teofanias), mas se você diz que esses três veículos juntos, formam uma trilogia, como espécies do gênero “dons de ciência”, você está pregando uma heresia, pois não há respaldo bíblico para essa classificação dos “dons de ciências”, que, aliás, a Bíblia rotula de “palavra de ciência” ou “palavra de conhecimento”, lá em I Coríntios 12. Decerto, a Bíblia interpreta a própria Bíblia: isso é um princípio elementar de hermenêutica bíblica. Nenhuma organização eclesiástica está autorizada por Deus a monopolizar a interpretação bíblica. Há, por exemplo, uma criatividade doutrinária incrível, à margem do Texto Sagrado. Por exemplo: a doutrina dos “2×1” (vale dois textos positivos e um negativo) na “consulta”, pois o que leu o texto negativo não estava na “comunhão” (rs…). Mas respeito quem pensa assim e acreditam que isso é “bíblico”!

Alandati – Gostaria aqui de destacar algo importante que o irmão fez, primeiro a humildade em reconhecer que errou, mesmo tendo havido boa intenção à época do cometimento do equívoco, referindo-me ao título “além da letra”. Em segundo, a própria avaliação sobre as suas atitudes pregressas se faz necessária, contrapondo portanto o pensamento de alguns que dizem que tudo é perfeito na “obra”, não se pode “cuspir no prato que comeu”, ou ainda não se pode “despregar” o que foi pregado por anos! Vale dizer que se foi pregada uma heresia por anos, ao ser descoberta a falha, não seria coerente o voltar atrás, por amor às Escrituras Sagradas? Fica como ensino para todos nós!

Na tua página na internet, www.ezioluiz.com.br, encontramos alguns estudos bíblicos que são muito esclarecedores. Qual seria a motivação de publicar tais artigos? O irmão teria interesse em atacar alguma prática específica, recorrente em alguma denominação? Ou até mesmo fundar uma denominação própria?

Ézio Luiz – Não escrevi para atacar quem quer que seja. Escrevi porque sempre escrevi e sou articulista há décadas. Faz parte de meu perfil de escritor. Em meus artigos no campo da Teologia, a intenção é esclarecer; é transmitir estudos bíblicos frutos do comando bíblico: “Examinai as Escrituras”. Afinal, questionar interpretações bíblicas é saudável e isso está claro quando se vê nos crentes bereianos, encontrados naquela narrativa de Atos (At.17:11). Não há outro interesse meu a não ser ministrar estudos bíblicos. Pode ser que, naquilo que escrevi algo pode ir de encontro a alguma linha que não se amolda ao modelo bíblico. Acho que a agressividade começa quando faltam os argumentos. O agressivo que não possui competência para atacar o pensamento; ele ataca o pensador. Isso é bastante sugestivo e demonstra a fragilidade, demonstra a ausência de conhecimento do agressor. O nobre não ataca; ele debate com elegância literária. A divergência com argumentos válidos e fortes é salutar.

Alandati – Ah, irmão Ézio, aí está a resposta para não ser “levantado” (deveria ser direcionado a quem estava caído, por certo, o que não representava a situação do irmão, rs rs), pois o irmão sempre foi articulista, leia-se estudioso e questionador! Tá explicado! Outro destaque nosso é o ensino que deixa de como se portar como oponente, apresentando argumentos com competência. Parabéns!

Um dos artigos que ajudou muito a nós, retirantes da ICM, é o “Fé: Único “Meio de Graça””, quando o irmão, com maestria, esgota toda a possibilidade do cristão pensar que Deus pudesse conceder Graça por algum tipo de merecimento humano. Eu gostaria que o irmão fizesse o contraponto entre esse entendimento, sobretudo destacando com relação a um possível conflito do mesmo com a prática eclesiástica dos dias hodiernos.

Ézio Luiz – A doutrina dos “meios de Graça”, nascida no seio da igreja católica romana, há mil anos, aproximadamente, fere frontalmente o texto bíblico de Efésios 2:8, que estabelece a fé como único meio de Graça: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. A oração, o jejum, a leitura à Palavra etc. são consequências da Graça ou podem ser vistos como “meios de santificação”; não meios de alcançá-la. A fé é um termo polissêmico, pois é fundamento; é meio, é veículo etc.. Quando perceberam o equívoco do que pregavam, dentro da organização que frequentei, alteraram a expressão, por um tempo, para “recursos da Graça”, o que dava no mesmo. Subjaz na doutrina dos “meios de Graça”, não apenas um rótulo, mas uma mensagem que altera o Plano de Salvação veiculada pela fé para alcançar a Graça. Interessante que o texto afirma: “isto não vem de vós; é dom de Deus”. Portanto, não se finca em comportamentos humanos. a Doutrina da pluralidade dos “meios de Graça”, de origem centenária, tem feições antropocêntricas (ênfase em comportamentos humanos e esforços espirituais) e a verdadeira salvação tem um colorido essencialmente teocêntrico. Quanto Tiago fala de fé e obras em conexão, há de se fazer uma leitura contextual e sistemática. Quem tem fé e está salvo pratica boas obras. Não é por praticar as boas obras e realizar esforços humanos que a pessoa está salva. Não se confunde o consequente com o antecedente. Não se confunde a causa com o efeito. Pior é quando você enfatiza um dos supostos “meios”, condicionando para o exercício de uma função eclesiástica…

Alandati – Caros assíduos da TV Retirantes, guardem essa última resposta, imprimindo, fazendo um quadro, enviando a todos na congregação que frequentam, questionando o seu conteúdo com os seus líderes, porque é uma verdadeira aula de como a Graça de Deus é atingida, com extrema simplicidade, ou seja, o contrário das mirabolâncias que temos visto por aí! Que belo ensino!

Eu citei aqui um dos artigos, dentre muitos belíssimos do irmão, constantes na tua página na internet. Há vários outros. Eu perguntaria: há algum ou alguns que o irmão teria preferência em ler, participar a outros, sugerindo como o leitura?

Ézio Luiz – Há vários textos que escrevi para inúmeras situações, portanto são multidirecionais. Antes de escrever eu faço sempre uma oração, mais ou menos assim: “Senhor, vem segredar em meus ouvidos os mistérios da Tua Palavra, revelando o profundo e o escondido….” Então, o texto, como um milagre, vai surgindo. Certa feita eu estava num culto de uma determinada denominação, quando ouvi mais de oitenta por cento da pregação, uma comparação do rei Davi, com o Senhor Jesus, “naquilo que Davi não pecou” (?!), num esforço inútil e sem eficácia espiritual. O pregador tinha uma criatividade fenomenal para tentar comparar Davi com Cristo. Eu, já incomodado com aquela “pregação” (“pregação”?), pus-me a orar. Uma voz no interior de minh’alma sussurrou: “Jesus é incomparável; Ele é inigualável; Ele é singular; é vão todo o esforço criativo em tentar compará-lO, em “tipologias” a algum personagem bíblico”. Então, comecei a esboçar alguns rabiscos para esclarecer, porque notei que as pessoas, sobretudo as de menos conhecimento bíblico, ficavam entusiasmadas com a “erudição espiritual” do pregador. Cria-se um êxtase supostamente espiritual, como um transe hipnótico (e quem conhece sabe de que eu estou falando), que muitas vezes ilude. Não estou me referindo a qualquer denominação específica; estou afirmando que esse comportamento existe e causa danos emocionais. Respondendo à sua pergunta: não pretendo abrir igrejas.

Alandati – É verdade, irmão! Às vezes, as pessoas valorizam aquilo que gostam de ouvir, mas não meditam que foi introjetado em suas mentes, desde muito tempo, que aquilo seria importante. Sendo mais claro, o alegorismo exagerado, quando utilizado como método de interpretação bíblica, cria admiradores, e com o passar do tempo, a plateia começa a valorizar mais o método do que o conteúdo que deveria ser transmitido, e ainda declara: a “palavra” foi uma benção! Perguntaríamos: benção, porque foi transmitida com fidelidade aos escritos sagrados ou benção porque foi muito boa a apresentação expositiva do “pregador”? Desperta, povo!

Sabemos que a saída do irmão da ICM não se deu de uma hora para outra. De alguma forma, alguém contribuiu, em especial, para a decisão de deixar a ICM?

Ézio  Luiz – Não. A minha saída não foi influenciada por quem quer que seja. Tudo começou a uns três anos, quando pesquisei o tema: “fé: único meio de Graça”. Quando publiquei o texto, fui “convidado” a retirar o texto do meu site (naquela ocasião era um blog). Retirei em razão do respeito que nutria pelo pastor que me fez o tal “convite”. Aliás, o referido texto teve uma repercussão que até hoje sinto os efeitos (rs…). Eu soube que fizeram reuniões sobre o que escrevi. Muitos amigos, pastores, ligaram para mim, enviaram e-mail, concordando com o que escrevi, mas não queriam “se expor” por motivos que eu já conhecia (rs…). Alguns me disseram que eu não estava na “revelação”; eu estava na “razão”(!). Contudo, eu estava dentro do modelo bíblico. A suposta “revelação” era o entendimento da organização (rs…). Você conhece aquela mentalidade segundo a qual quem sai de uma denominação (supostamente melhor) e vai para outra é rotulado de “caído”? (rs…). Você já ouviu: aquele que morre “dentro da organização” é um “lírio que foi colhido”, mas quem morre “fora”, nas mesmas circunstâncias, está “sob juízo divino”?

Alandati – Conheço sim, e como, e muitos além de mim sentem na pele esse tipo de terrorismo psicológico, cujas vítimas são os dois polos, tanto os tachados de “caídos” diretamente, quanto aos que acreditam que os retirantes são mesmo “caídos”, e o resultado é um afastamento completo do amor que é maravilhosamente descrito na Palavra de Deus! Lastimável! Assim como também é lastimável o tão recorrente “dois pesos e duas medidas”!

Só organizando então: houve aconselhamento para o irmão retirar um texto legítimo, embasado na Bíblia, só porque contrariava os interesses denominacionais da tua antiga congregação?!?! Outros ainda, mesmo concordando com o teu estudo, omitiram-se em apoiá-lo, com receio de ficarem “expostos”! Não tem outra palavra senão estarrecimento, diante dessas evidentes afrontas à verdade, em detrimento da preservação de uma placa denominacional! Não seria melhor reconhecer o erro, e revisar tal ensino, se confrontado com as Sagradas Escrituras, restasse comprovado que seria herege?!?

O artigo “Bullying Eclesiástico” tornou-se uma marca registrada do irmão, pois de forma pioneira e corajosa, o assunto foi abordado, levando a crer que a sociedade precisa abrir os olhos para tal delito, mormente recorrente entre irmãos dentro de congregações religiosas. Qual foi o principal motivador para que esse tema fosse levado à baila?

Ézio Luiz –  Salvo engano, eu fui o primeiro escritor, no Brasil, que publicou, em livro, um texto sobre o “Bullying Eclesiástico”, isto é o “assédio emocional” que ocorre dentro das organizações eclesiásticas sectaristas. Eu havia pensado em rotulá-lo de “Bullying Religioso” ou “Bullying Espiritual”, mas acho que melhor ficou o “eclesiástico”, porque é um comportamento dentro de uma organização eclesiástica, pautado por um assédio emocional, dentro do qual os dirigentes pressionam os membros “em nome de Deus”, escudando em alegadas “revelações” (muitas das quais sem respaldo bíblico) e “profecias” (muitas das quais nem se cumprem) para conseguir o intento. Foi uma investigação que realizei num diálogo entre ciência (Teologia, Direito, Psicologia, Filosofia e Linguística). Acho que fui pioneiro na abordagem do tema, em livro, salvo engano. O que me motivou foi a observação desse tipo de comportamento, sobretudo em denominações que seguem a linha “pentecostal”. Mas nem todas fazem isso, devo registrar para não ser injusto. Esse texto meu, se espalhou por vários sites, inclusive jurídicos. Eu nem imaginava que seria assim (rs…). Esse tema foi alvo de um capítulo de meu décimo-quarto livro (“Aspectos da Graça na Perspectiva Neotestamentária”). O texto, na íntegra está meu site (www.ezioluiz.com.br). A minha resposta não está direcionada a qualquer denominação específica. Estou trazendo um comportamento que ocorre amiúde; não mais.

Alandati – Um outro texto belíssimo é “Um convite divino ao templo interior”, que nos leva ao entendimento claro que não devemos santificar construções humanas, em detrimento do nosso corpo, que é templo do Espírito Santo. Nesse mesmo texto, é registrado que os grandes milagres de Deus, para com o homem, não ocorreram nos templos de pedra ou de madeira, e sim fora deles. O irmão não teria receio de estar incentivando muitos a não estarem congregando em nenhuma denominação, com essas declarações?

Ézio Luiz – Penso que não. Estou esclarecendo que o Senhor Jesus nunca determinou que as Suas ovelhas se filiassem a uma organização eclesiástica ou a um determinado grupo que se diz, por conta própria, “igreja verdadeira”. É verdade que congregar é aprazível, mas não essencial para a salvação. E não há texto bíblico que condicione a salvação eterna ao fato de congregar. Pense no ladrão crucificado ao lado de Jesus. Vários textos nos quais Jesus operou um milagre, ele determinou: “vai e não peques mais” ou “a tua fé te salvou”, contrariando vários dogmas denominacionais. A idéia de “Corpo de Cristo” não está vinculada às organizações eclesiásticas. Decerto, a igreja é como se fosse “virtual”, invisível, universal. Essa idéia hermética, portanto fechada, tem um cunho sectarista e exclusivista. É conveniente. O ser humano possui uma tendência a materializar a fé e o culto, de maneira que se você não orar no “templo construído” ou não frequentar as “reuniões”, você não está certo, terá que ser disciplinado, Deus vai “pesar a mão”, você tem que “pagar um preço” (Jesus já o pagou, por nós, na cruz do Calvário) etc.. A idéia de assiduidade às liturgias possui “n” intenções organizacionais, que não me cabe aqui “expor” (rs…). O problema que poucos abrem os olhos para isso porque estão magnetizados pelas técnicas de persuasão e eu as conheço bem (rs…). Afinal, ministro aulas de oratória, de linguagem hipnótica, de controle mental, de técnicas de persuasão por “mantras” (palavras de comando inconsciente que são repetidas, nas liturgias, de três a vinte-e-uma vezes e podem ser nomes de líderes ou da própria denominação) etc.

Alandati – Oxalá, irmão Ézio, os irmãos que nos ouvem tenham o cuidado de banir os seus ídolos, feitos por mãos humanas, e aplicados como tradição que não pode ser questionada por ninguém. Sem dúvidas, como o irmão disse, congregar é agradável, mas não essencial! Simples assim!

Percebemos que o irmão é especialista no assunto “Graça de Deus”, sendo inclusive tema da sua última obra, intitulada “Aspectos da Graça na perspectiva neotestamentária”, a qual teria sido tua tese de doutorado em Teologia. Gostaria que nos falasse sobre a Graça de Deus, e ainda nos dê uma palhinha dessa obra.

Ézio Luiz – Se eu falar o que há no livro, vou “contar o final do filme” (rs…). Contudo, vou transcrever a apresentação do livro, no início das páginas: “Falar da Graça de Deus parece simples; compreendê-la, todavia, tal como em sua essência, nem tanto. É nessa perspectiva ontológica que esta tese de doutorado em Teologia se propõe enveredar, numa investigação epistemológica dentro do tecido bíblico, pelos aspectos da Graça, e suas diversas implicações, do ponto de vista do Novo Testamento, como favor divino sem a interferência humana, afastando a visão simplória. Nesse tom, os capítulos se conectam com o Plano Salvífico Cristológico, entrelaçando com a ênfase trinitária, para o resgate do ser humano. Prossegue-se com o exame da fé, como único meio de Graça, à luz da doutrina neotestamentária, distinguindo-a dos meios de santificação. Como um adendo, examinou-se o tema inédito do “bullying eclesiástico” dentro do contexto da Graça, numa construção temática ousada. Enfim, no momento profético da igreja cristã/evangélica contemporânea, o convite que ora se faz é intenso e espiritual, mas não esgota aqui…. flui para a eternidade” (extraído do livro “Aspectos da Graça na Perspectiva Neotestamentária”, do escritor Ézio Luiz Pereira, pela Editora All Print, São Paulo, em 2012). Já ouvi dizer, em grupos evangélicos, que a Graça, embora seja gratuita, você tem que “pagar um preço” e cumprir os “meios” para alcançá-la! Não posso concordar com incoerências doutrinárias!

Aproveito para oferecê-lo, caro Alandati, um exemplar desta obra, com as minhas dedicatórias!

Alandati – Que maravilha! Estamos falando em Graça, e em proporções infinitamente menores, óbvio, mas eu fui agraciado com uma obra do nosso nobre escritor e amigo. Obrigado!

Gostaria de abrir ao irmão, por último, um tema livre, deixando-o à vontade para discorrer sobre o assunto que queira ofertar como recado aos nossos visitantes do blog Diga não àSeita.

Ézio Luiz – Sigam os conselhos bíblicos, dentre os quais: “Examinai as Escrituras…”. Faça o que os crentes de Beréia fizeram: confiram se o que você está ouvindo na organização eclesiástica confere com o modelo bíblico neotestamentário, pois se seguimos a Cristo, se estamos dentro do Cristianismo, o modelo bíblico deve ser o norte. Se você se deparar com uma “doutrina” ou “dogma” (“verdade irrefutável”), indague se o Senhor Jesus prescreveu essa doutrina ou se está nitidamente prevista nas cartas neotestamentárias. Não se deixe levar por “experiências”, pois as experiências não constroem doutrinas bíblicas. Todas as linha sectárias possuem as suas “experiências”, mas confiram com a Bíblia, a Palavra de Deus. Não se deixe persuadir por “sacerdotes” que se rotulam de “ungidos de Deus”. No livro de Oséias (Os.4:6) no Antigo Testamento, há um texto interessante e esclarecedor: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque, tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esquecestes da lei de teu Deus (…)”. A Palavra de Deus é simples; o evangelho é simples e toda a interpretação complexa, descontextualizada, na qual há “ginástica de contorcionista interpretaviva”, forçando um conclusão que não contém evidentemente no Texto Sagrado, deve ser rejeitada. A Bíblia admoesta, no livro de Provérbios, para o servo de Deus, buscar a sabedoria, a inteligência e o conhecimento, mas os sectaristas pregam que se você seguir o que a Bíblia diz (examinar as Escrituras e buscar o conhecimento, a sabedoria e a inteligência), você estará na razão. Siga os conselhos bíblicos. Não existe a “intermediação” entre Deus e os homens feita por organizações eclesiástica, pois o sacerdócio universal do crente garante que o Senhor Jesus é o Único Mediador. Então, questione. No mais, ore a Deus, louve ao Senhor, leia e estude a Palavra de Deus, siga a Cristo, busque ter uma vida abundante no Espírito Santo, buscando o Pai Celestial, creia no Senhor Jesus e abrace a salvação. Graça e Paz de Deus.

Alandati – Graça e Paz, meu amado irmão! Parabéns pelos seus estudos! Não pare de escrever, pois esse é um dom de Deus que muito nos ajuda a meditarmos na Palavra de Deus!

Que maravilha,  não é mesmo? Quanto aprendizado podemos extrair das declarações do Ézio nesta entrevista. Para mim, foi uma experiência muito gratificante esse encontro! Espero que esse trabalho seja edificante para os irmãos também!

Tomo a liberdade para usar um termo bíblico, utilizado para destacar uma das qualidades de Davi (significa amado), que estaria relacionada com a amável e “gentil presença” do mesmo, atribuindo-o apropriadamente ao irmão Ézio Luiz.

Fiquem todos com a Paz e a Graça do Senhor Jesus,

Encerramos então mais uma programação da nossa TV Retirantes.

Até a próxima.

14 Respostas para “ENTREVISTA COM UM HOMEM DE GENTIL PRESENÇA, ÉZIO LUIZ PEREIRA – EDITADA!

  1. Graça e Paz amados,

    Maravilha. Surpreendente. Amo os livros do Ézio, e tenho quase todos. Confesso que foi graças aos seus escritos que meus olhos “espirituais” se abriram, e pela primeira vez, em TODA a minha vida, eu senti algo que mudou o âmago do meu ser (falo do universo humano, pois Cristo com Sua Palavra mudou a minha vida). Quando li “Convite ao templo Interior” e “Bullying Eclesiástico”, há algum tempo, fui confrontado comigo mesmo, pois não há como não repensar sua vida, sua caminhada, diante das verdades ali expostas. Já me encontrava num processo de desligamento da ICM. Incrível como Deus coloca os instrumentos certos na hora certa, para te ajudar a encontrar o caminho, a solução. Já orei muitas vezes por este irmão, pedindo que o Senhor Deus sempre o preservasse e concedesse cada vez mais, coragem, graça e sabedoria.

    Fique com Deus amados,

  2. Irmãos, não estou em nome do Ézio, mas por conta própria, informando uma situação curiosa e inusitada, que tomei conhecimento após o contato com ele.

    O nobre escritor evidenciou, na sua entrevista, que não auferiu lucro em nenhuma de suas obras, e pessoalmente ele me confessou que não sabe vender nada.

    Pois bem, saibam que, para a sua última obra “Aspectos da Graça na Perspectiva Neotestamentária – incluindo Bullying Eclesiástico”, pela Editora All Print, São Paulo, 2012, o autor fez um investimento pessoal, para o qual ainda restam cerca de 120 exemplares que ficaram estocados, em sua residência, à procura de interessados em adquiri-los!

    No intuito de colaborar com o nosso irmão, nós, do diga não àSeita, propusemo-nos a receber as encomendas para esta obra, sem ganhar nenhuma espécie de lucro, cabendo ao adquirente apenas pagar pelo valor do livro, que está em R$ 30,00, acrescido de taxas para entrega, a combinar.

    Solicito aos interessados que se manifestem aqui mesmo, neste artigo, já fazendo o comentário com o e-mail que desejem ser contatados para o acerto da entrega.

    Estamos pensando em uma logística, caso haja realmente procura, que vai ser diferenciada, obviamente, pela distância a ser vencida, para que o livro esteja em mãos do interessado.

    Não custa nada colaborar com nosso irmão, que não tem lucro algum com os seus escritos, e seria inconcebível, ao contrário, ainda ter prejuízo, não é mesmo?

    Graça e Paz,

    Alandati.

  3. Obrigada por compartilhar conosco esta maravilha de entrevista. Parabéns aos dois amados irmãos.
    Desejo adquirir o livro. Solicito informações.. Obrigada

  4. Irmão Alandati,

    Primeiro quero agradecer por esta entrevista que só nos enriquece mais no conhecimento da Graça do nosso Senhor Jesus Cristo.
    Sempre admirei o Irmão Ézio pela grande habilidade que ele tem em usar as palavras.
    Quando li “Convite ao templo interior”, fiquei maravilhada e algo mudou dentro de mim. Adquiri uma nova mentalidade sobre o que é salvação não vinculada, obrigatoriamente, à denominação. Para mim foi muito esclarecedor. Magnífico!

    Parabéns Alandati por esta entrevista!
    Parabéns ao irmão Ézio Luis por seus belos textos.

    Aproveito para expressar meu desejo em adquirir o livro do irmão.

    A Graça e a Paz do nosso Senhor Jesus Cristo.

    Eurípia Inês.

    • Obrigado mesmo, irmãos, pelo incentivo!

      Escolho a irmã Eurípia para representar todos os outros, para os quais me dirijo carinhosamente, agradecendo pelas palavras.

      Como é bom viver em família! Como é bom crescer no conhecimento da Graça e do Poder de Deus!

      O véu foi rasgado de alto a baixo, para promover acesso a todos! Uns mais cultos, como o irmão Ézio, outros nem tanto, mas o importante é buscar esse crescimento, em Deus.

      Tenho a certeza que Nosso Pai tem sido fiel e justo para nos enriquecer naquilo que precisamos saber para Sua Salvação!

      Graça e Paz a todos.

      Reforço o convite para aqueles que desejarem encomendar o livro do Ézio (autografado), é só se manifestar aqui, e se possível declarar em que cidade se encontra.

      Alandati.

  5. Irmãos,
    Agradeço-lhes os inúmeros e-mail enviados em prol da entrevista. Devo reeditar a entrevista com maiores detalhes, se o “Alandati” quiser postar (rs…).
    É importante que os irmãos leiam e estudem a Palavra de Deus e esse retorno à Palavra (“Sola Scriptura”), sem as “tipologias subjetivas”, “numerologias”, “orientações/revelações” fora do contexto bíblico e outros situações que desvirtuam a verdadeira essência daquilo que Deus falou, é necessário para uma vida cristã saudável e espiritual. Decerto, a adoração ao Senhor não está no “onde” (lugar); ela está no “como” (em Espírito e em Verdade). Não há organização eclesiástica melhor ou perfeita e quem tentou ser “perfeita” declinou e caiu. Só Jesus é Perfeito. Percam a “mentalidade de organização” e adquiram a mentalidade de Cristo. Não viva a “organização” como “nova forma de vida”; Cristo é a Nova Forma de Vida! Quem nos leva para a eternidade não é a “construção”; é o Construtor. A santificação não poderá ser imposta pela organização religiosa; é fruto de uma espontaneidade do adorador. Cumprir regras e “orientações” fora do modelo bíblico não significa “obedecer”; significa “subserviência humana”. O Senhor está muito além disso.
    Deus abençoe a todos os que almejam servir ao Senhor com o seu coração liberto das amarras e pressões humanas.
    Abraço fraternal.
    Graça e Paz de Deus.
    Ézio Luiz.

    • Meu amado irmão Ézio, quem sou eu para tentar engessar o escritor!

      Liberdade às mãos flutuantes no teclado de quem é vocacionado para isso!

      Eu quero ser só encanamento, para transmitir água pura para todos! Então, edição solicitada, edição efetuada!

      Fique à vontade em usar esse espaço! Aqui fazemos muitas brincadeiras, mas sempre com tiradas articuladas (copiando o teu termo, rs rs), para tentar fazer com que muitos incautos despertem.

      Mas também falamos sério, principalmente quando o assunto é a Palavra de Deus! E sem dúvida, a entrevista com o irmão Ézio pôde elevar muito o nível dentro desse último mister. Agora, engana-se quem pensa que o escritor é sério o tempo todo! Uma pessoa muito divertida também se encontra naquela personalidade!

      Graças a Deus, nós conseguimos manter o padrão de qualidade ELP! (rs rs) E- Ézio, L – Luiz, P – Pereira, para esse trabalho! Falo pela repercussão da entrevista, e pelas felicitações!

      Obrigado pela tua colaboração, pelos teus ensinos, pelas tuas ótimas palavras, meu irmão de “gentil presença”!

      Graça e Paz,

      Alandati.

  6. Meus irmãos, o nosso escritor Ézio Luiz Pereira está passando por algumas reformulações em sua página na internet, e por esse motivo a mesma se encontra fora do ar.

    O acesso anterior aos seus artigos está inacessível por meio do endereço http://www.ezioluiz.com.br.

    Alandati procurou o irmão, e com seu consentimento, serão publicados alguns dos seus artigos, pouco a pouco, aqui neste blog, para que não sejam perdidos os seus conteúdos, que tanto ajudam os que pretendem ter um norte seguro, pautado na Palavra.

    Que Deus abençoe a todos!

    Graça e Paz de Deus!

    Alandati.

  7. Pingback: ENTREVISTA COM UM HOMEM DE GENTIL PRESENÇA, ÉZIO LUIZ PEREIRA – EDITADA! | a obra revelada da icm maranata·

  8. Excelente entrevista, como é bom ler a opinião de uma pessoa com argumentos fundamentados na verdade da “Palavra” que é o poder de Deus, parabéns pelos esclarecimentos sobre as temáticas interrogadas e pela coragem de expor seus argumentos de cunho pessoal, pois são extremamente reflexivos e analíticos. É um privilégio para os leitores terem acesso a tantos ensinamentos de elevada qualidade e que aguçam a criticidade. Graça e Paz do Senhor. Kelvia Françoise.

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