“PRAGA DE URUBU MAGRO NÃO PEGA EM BOI GORDO!”

Foto: urubu-rei (ligado à monarquia)

Há muito, publicamos a enquete nº 12, cuja questão apresentada foi “Participar de grupo que haja heresias e crimes (em tese) não faria mal para o teu filho?”, referindo-nos, é claro, ao contato contínuo com o gedeltismo. O link da enquete é:

ENQUETE Nº 12 – PARTICIPAR DE GRUPO QUE HAJA HERESIAS E CRIMES (EM TESE) NÃO FARIA MAL PARA O TEU FILHO?

A demora em abordarmos o resultado se deveu à seriedade que o tema exigia e exige, e para isso, como é comum em nosso trabalho, precisávamos promover um grito de alerta sobre o risco que muitos correm, mas que a coisa fosse feita com a maior precisão possível, principalmente para que surtisse o efeito de ajudar, e não causar pânico nem desespero.

Utilizando-se da grande audiência da TV Retirantes, decidimos fazer uma entrevista com um jovem, que tenha crescido sob o efeito do sistema monárquico do gedeltismo, e que teria se retirado. E, percebendo o notório potencial, diante do trabalho que tem realizado na internet, convidamos Guilherme Junior, para um bate-papo, digamos, bombástico, e que, a nosso ver, pode ser uma resposta à altura dos nossos anseios, relacionada ao tema “perigo dos filhos criados na seita maranata”.

Mas, antes de entrarmos propriamente na entrevista, vamos apresentar, de forma resumida, os resultados, em percentuais, das opções escolhidas nesses pouco mais de seis meses em que a enquete ficou no ar:

–  70.83%: Afastá-lo o mais rápido possível, senão depois vai ser difícil desintoxicá-lo daquilo que não agrada a Deus, entre heresias e crimes;

– 12,5%: Não entendo que as doutrinas da Maranata sejam hereges, como também não acredito que foram cometidos crimes, por isso o melhor para o meu filho é ficar na ICM;

– 8,33%: Acredito que deve se esperar que se torne adolescente ou jovem, quando então ele mesmo escolhe se vai continuar praticando aquelas heresias;

– 4,17%: É melhor mantê-lo naquele ambiente, vulgarmente conhecido por igreja, pois é melhor aprender heresias que ir para o “mundo”;

– 4,17%: Não vejo problema algum em estar em um ambiente de práticas hereges, pois em todas as denominações há heresias;

– ZERO%: Tanto faz, o que importa é o exemplo somente em casa, pois não acredito que meu filho seja influenciado pela congregação;

– ZERO%: Prefiro manter na “igreja” a retirá-lo, e quanto aos ensinos hereges, tomo cuidado de confrontá-los imediatamente com a Palavra, e oriento conforme a Bíblia;

– ZERO%: Embora o meu filho presencie que, na instituição, houve acobertamento e um certo incentivo ao crime, pela nossa educação, tenho certeza que não será criminoso, mesmo que continue frequentando a denominação.

O único comentário a respeito do resultado da enquete que faremos é o de que é notório, dentre os votantes, podendo ser maioria de retirantes, a decisão de afastar o quanto antes seus filhos de um ambiente que tenha se descoberto herege, falso, e com a suspeita de ocorrência de crimes, deixando que a entrevista fale o que mais seja necessário.

Vamos à entrevista? Segurem-se nas suas cadeiras, ajeitem as suas colunas, segurem os queixos, que aí vem…Guilherme Junior!

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Bem, é com prazer que a TV Retirantes traz mais uma entrevista interessante, com um jovem que cresceu sob o domínio do entendimento maranático, e que conseguiu se libertar. Detalhes do que ele viveu, até culminar em sua saída da “obra”, veremos a seguir:

Alandati: Qual a tua idade atual?

Guilherme Junior: Entre 18 e 29 rsrsrs  Por questões de segurança, não gosto de falar minha idade exata.

Alandati: Conte um pouco de sua história como cristão: conversão, caminhada, experiências, etc.

Guilherme Junior: Eu acredito que tenho muito ainda a aprender, por ser relativamente novo. Sei que não passei nem a metade do que um ancião evangélico passa.

Graças a Deus fui nascido e criado em um lar evangélico. Talvez, por isso é mais difícil estabelecer uma data exata da minha conversão, até porque nos “ convertemos “ todos os dias. Mas lembro da época em que fui batizado com o ES, eu era muito novo, devia ter uns 12 anos. O Batismo com o ES marcou minha vida espiritual.

Na maior parte da minha caminhada, até hoje, eu era membro da Igreja Maranata, e como tudo lá é padronizado, a minha caminhada também foi padronizada até o momento em que eu saí. Minha caminhada se resumia em ir á igreja, tocar instrumentos e participar do GL.  Agora que saí desta seita que estou vivendo novas coisas em minha caminhada, novos horizontes se abrindo, e por sinal está muito melhor do que antes.

Tive várias experiências com Deus, algumas são bem pessoais e não convém contar aqui, mas posso dizer que vivo pela fé, meu dia de amanhã só depende de Deus, por isso a cada dia tenho uma experiência nova!

Alandati: Irmão Guilherme, na tua fala então, percebemos que tua vida se resumia em algo mecânico e repetitivo, pois como disseste “minha caminhada (na ICM) se resumia em ir à igreja, tocar instrumentos e participar do GL (grupo de louvor)” . Gostaríamos então que detalhasse mais a sua relação com a Maranata, pois parece que o entendimento de ser “fiel” aos compromissos com a “obra” (apelido da Maranata) seriam condicionais seguras de uma maior proximidade com Deus.

Guilherme Junior: Eu sempre fui muito dedicado à igreja desde pequeno. Fui, de acordo com os padrões da seita, a criança “perfeita”, o adolescente “perfeito” e o jovem “perfeito”, até antes de sair.

Eu era educado na igreja para ser um futuro pastor, e realmente há isso lá dentro. Fica aqui até um alerta aos leitores que tem seus filhos neste lugar: Na ICM eles identificam a personalidade da pessoa ainda na infância e trabalham em cima desta criança em específico para formatá-la ao extremo, para quando crescer ser um futuro pastor. Eu estava sendo submetido a isso, mas Deus me livrou.

Por várias vezes, profetizaram sobre minha vida, dizendo que eu seria pastor. Mas, eu não gostava de pregar lá na seita, por isso em todos aniversários que oravam por mim, alguém tinha um dom onde me via em cima do púlpito pregando. Era uma pressão enorme, mas minha resistência era ainda maior. Uma vez, um diácono me perguntou se eu não queria crescer na igreja e que, se eu quisesse, eu tinha que começar a pregar, pois apenas tocar e cantar não me faria crescer.

O que me salvou nessa história toda foi minha família. Minha família, antes de ir pra seita icm, era de outra denominação, por isso tinham a mente mais aberta e assim sempre conversavam comigo, me ensinando a reter o que era bom.

Houve época em que eu entregava dom no CP todo o dia, mas hoje eu mesmo acredito que muitos daqueles dons que entreguei não eram de Deus, eram coisas da minha própria cabeça. Eu era muito jovem, submetido a uma lavagem cerebral imensa, isso acabou acontecendo. Já entreguei dons também que sei que eram de Deus. Na verdade, o profeta sabe quando é o ES e quando é a carne que esta falando, pois quando o ES fala não há dúvidas, muito menos precisa de “consultar“. Há necessidade de se pedir perdão a Deus por esse erro induzido pelos meias solas.

Com o passar do tempo, fui amadurecendo e percebi que essa prática dos dons banalizados era estranha e comecei a me auto avaliar, foi ai que comecei a parar de entregar todos os pensamentos que eu tinha na cabeça, para serem consultados nos cultos proféticos como “dons“.

Alandati: Em algumas vezes, no facebook, encontramos registros seus onde afirma categoricamente que era ‘formatado’. Gostaríamos que explicasse tal termo, mesmo porque muitos irmãos de dentro da ICM não aceitam tal denominação, quando é dirigida a eles, como que se estivéssemos chamando-os para a briga. Desde quando, você se descobriu ‘formatado’?

Guilherme Junior: Ser “formatado“ é ser educado pela seita a pensar como eles pensam, agir como eles agem, acreditar no que eles acreditam e defender ao máximo opiniões contrárias às do grupo (no caso se restringindo a icm) . A formatação não é instantânea, quanto mais tempo de “casa” mais formatada vai ficando a pessoa. Com muito tempo as pessoas ficam piores que um disquete  (rsrsrs)

Descobri que eu era formatado quando me “ vi no espelho “ . Quando comecei a ver pessoas defendendo o indefensável nos blogs e nas páginas das redes sociais, comecei a perceber que elas não estavam em seus estados normais de consciência, logo, comecei a olhar para mim mesmo e fui percebendo que eu não era muito diferente delas. Comecei a me auto avaliar … Fui parando de defender o que era impossível defender, comecei a ter atitudes diferentes daqueles que eu via que de forma ridícula defendiam a ICM e assim fui “ desformatando “ . O facebook foi uma ferramenta importantíssima para Deus me alcançar e libertar.

Eu acredito que a icm usa técnicas de lavagem cerebral para realizar essas formatações, e essas técnicas são aplicadas principalmente em encontros nos maanains.

Alandati: Podemos destacar duas coisas interessantes da tua última fala: i) quando cita disquete, já temos indicação que não és tão jovem assim, pois muitos da geração de hoje nem sabem do que se trata esse objeto; ii) tua tese é de que haja uma espécie de “controle mental”, e o mesmo seria disseminado principalmente nos maanains. Fica o alerta desse homem, que cresceu conforme os moldes da mentalidade do gedeltismo.

Mas, Guilherme, conta para nós o que de fato te levou a se retirar da ICM se sempre foi tão dedicado?

Guilherme Junior: Andei estudando sobre lavagem cerebral e vi que quando a pessoa está submetida a ela, para “acordar“ é preciso de um choque de realidade. O meu choque de realidade foi os desvios dos dízimos. Eu achava o PES a instituição mais honesta da face da terra, e essa “bomba“ veio, pra mim, muito forte. Depois disso, comecei a olhar a icm de formas diferentes, comecei a reparar detalhes que antes eu não reparava, e como uma mente uma vez aberta jamais torna-se a seu tamanho anterior, a minha mente tinha sido aberta e a lavagem cerebral desfeita.

Outro ponto que acredito que conciliou para minha saída da ICM foi ter ficado dois anos aproximadamente sem fazer um seminário sequer na igreja. Sabemos que ela obriga a pessoa a ir de seis em seis meses para não perder as funções, mas eu ficava na minha e não ia, assim acho que fui desintoxicando.

Depois comecei a ler os blogs dos retirantes e facebook. Quanto mais eu lia, mais eu queria ler. Vi e descobri coisas absurdas e comprovadas, até chegar um dia então que eu saí.

Alandati: É verdade, irmão Guilherme! A tua sentença é acertada, pois muitos mesmo só se despertaram do “sono” que viviam no gedeltismo após os escândalos dos desvios de valores da obra. Neste caso, não vou te enganar não, até eu mesmo me incluo. Só Deus sabe o quanto é assustador perceber isso, pois vem naturalmente um questionamento à mente: se não tivesse estourado o escândalo, estaríamos no pleno exercício das heresias até hoje, ‘formatados’ pela mentalidade de obra e norteados pelo ‘entendimento de obra’? Deus nos livre! Reconhecemos portanto que foi um grande milagre termos tomado esse “choque”, para acordarmos.

Interessante também, e até gratificante, percebermos que o trabalho dos blogueiros tem contribuído para o despertamento de alguns, a partir do choque que têm levado frequentemente na ICM. Aliás, de choque em choque, o povo tá ficando todo chamuscado já, dada a dinâmica estranha que a “obra” tem tomado, com marqueteira, propagandas, grandes reuniões, desrevelações, criação de novas instituições eclesiásticas, agressões, enfim, tome choque…será que todos estão conseguindo perceber que Deus parece estar dando oportunidades para que os olhos sejam abertos! Oxalá isso ocorra contigo, querido telespectador da TV Retirantes.

Mas, Guilherme, como você avalia o estado físico e psicológico de quem tem uma relação tão duradoura como a sua, em relação à obra realizada na Maranata? Você conseguiria se autoavaliar, no âmbito físico-psicológico, após a saída da obra Maranata?

Guilherme Junior: Em relação à primeira parte da pergunta, posso dizer que o estado físico e psicológico dos que têm um longo contato com a seita é quase irreversível. Primeiramente, porque toda a vida da pessoa é construída em torno da seita: amigos, namoros, casamentos, passeios, festas, eventos e etc.  A pessoa se torna um ser psicologicamente estranho, pois, por mais estudados que sejam, capacitados, se submetem a coisas que, em seus locais de serviço, por exemplo, jamais se submeteriam, e a diferença perigosa é que acreditam que estão fazendo isso para agradar a Deus, quando na verdade estão agradando a homens.

Já li artigo que afirma que uma das técnicas de lavagem cerebral é cansar a vítima, assim ela se torna mais manipulável. Na Icm, isso acontece e muito.  Eles vão na igreja 2 ou 3 vezes por dia, uma delas em horário de “madrugada“ , o que é mais cansativo ainda. São submetidos a inesgotáveis reuniões com temas idênticos. Nos maanains, são expostos a exaustivas aulas, repetidas entre outros. Tudo isso colabora para o cansaço físico e psicológico dos membros, sugando assim todo e qualquer tipo de força e tempo para lutar e questionar o sistema.

Eu, que cresci lá, sempre tive algumas dúvidas, várias orientações ditas como reveladas por Deus eu as achava, no mínimo, absurdas, como por exemplo a orientação que afirma que somente mulheres podem limpar o púlpito onde o pastor prega. Na minha ex-igreja, havia essa orientação e eu já fui advertido por descumpri-la.

Apesar de ter várias dúvidas, eu preferia deixá-las de lado e não questionar. Questionar dava trabalho demais … Tinha que entrar na fila pra falar com o pastor e ainda correr o risco de ser mal visto e colocado no banco por “não entender a obra“ . Por isso, eu não questionava. Enfrentar o sistema é muito difícil.

Entretanto, quando eu tomei o choque de realidade, as coisas mudaram; consegui encontrar forças, devido ao grande conflito interno, e comecei a questionar. Por não achar as respostas, eu saí logo da igreja, que hoje eu considero seita.

Respondendo agora a segunda parte da pergunta, eu digo que sim.  Meu momento “pós-icm“ está sendo maravilhoso. Por incrível que pareça, comecei até a me vestir melhor, passear mais, curtir mais a vida e, psicologicamente falando, me sinto livre.

O exato momento da saída da ICM foi de muita confusão na mente, eu estava largando pra trás tudo que antes era a minha vida, mas eu não encontrava na ICM o que eu queria, me sentia incompleto. Por isso, mesmo largando muita coisa pra trás eu tive coragem e forças pra romper com essa igreja e hoje vejo que foi uma das melhores coisas que fiz em minha vida.

Alandati: O que você tem a dizer a respeito das maldições que emergem da liderança da ICM, e também de alguns membros das unidades locais, dirigidas para quem decide se retirar da Maranata? Há alguma experiência pessoal com relação a isso?

Guilherme Junior: Pra início de conversa, “praga de urubu magro não pega em boi gordo”. A bíblia garante em Salmos 91 que “nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda“. Portanto não devemos temer.

Essa mania de amaldiçoar quem sai é apenas uma estratégia mórbida de prender os membros dentro da igreja e reprimir os que saem. É o que chamamos de “Terror Psicológico“. É uma arma satânica.

Minha mãe saiu da ICM primeiro que eu e, em uma certa ocasião, quando foram orar por mim no meu aniversário, um indivíduo do GI ( Grupo de Intercessão ) teve um dom onde mostrava que minha mãe tinha uma doença muito grave, que nem ela mesmo conhecia, mas que Deus iria me usar para ajudá-la a enfrentar essa doença. Eu mesmo, sendo muito novo (Uns 14 anos à época) não confiei naquele dom; não me desesperei e não contei pra ela. Hoje, passados alguns anos, essa tal doença nunca apareceu, era apenas um dom falso recheado de terror psicológico.

Houve outras ocasiões também que tinham visões onde mostravam minha mãe caminhando no meio de pedras, com dificuldade, com a perna machucada, enquanto eu caminhava em um caminho lindo e limpo. Minha mãe tinha saído da ICM e estava em outra igreja evangélica e eu ainda estava na ICM. Esse dom era para me manipular e me fazer sentir melhor que ela. Na época, até conseguiram um pouco me fazer acreditar que eu estava no caminho certo. No mesmo dia que entregaram esse dom, outro obreiro disse que Deus havia mandando me falar que eu escolhi o bom caminho (Não sair da ICM).

Fui submetido, várias vezes, ao terror psicológico e à manipulação através de dons falsos.

Alandati: Meu irmão Guilherme, os seus registros, embora já saibamos que ocorreriam, têm um peso de sinceridade, que nos choca! Diante disso, nos preocupamos com as crianças, adolescentes e jovens que lá permanecem, pois podem estar sendo bombardeados constantemente com essas manipulações, por meio de falsos dons e de outras técnicas de controle mental e de terror psicológico!

Como você tem se relacionado com os irmãos da Maranata que costumavam fazer parte do seu ciclo de amizades? Há algum tipo de discriminação em relação a você, por ter tomado a decisão de se retirar?

Guilherme Junior: Tenho me encontrado bem menos com eles, a amizade de fato não é a mesma coisa. Tenho conhecido novas pessoas, inclusive já fiz novas amizades verdadeiras na nova igreja que estou indo.

Discriminação há sim, mas não por parte dos jovens, a maioria dos jovens nunca viraram a cara pra mim na rua, mas as senhoras mais velhas e obreiros/diáconos/ungidos/pastores sim. Estes, quando me veem, parece que estão vendo um monstro! Inclusive, houve situações onde me procuraram para perguntar como era possível alguém nascido e criado na icm não entendê-la … querendo dizer não “entender a obra“ . Minha resposta foi de “alto nível “. O velho que me perguntou isso ficou até nervoso. Tô nem ai! rs

Alandati: Bem, não poderia deixar de comentar um detalhe na tua exposição, separando os jovens dos mais velhos que possuem funções ou estão mais engajados na obra da Maranata, com relação ao trato contigo, pois os jovens de hoje serão os mais velhos de amanhã, não é verdade? Alguém pode acreditar que a tendência não é pensar a mesma coisa, permanecendo sob essa influência maligna de sectarismo e arrogância? Cuidado, pais, com o “veneno” que estão submetendo seus filhos!

Diante de tudo que você vivenciou dentro da Maranata, o que você pensa em relação aos que ainda lá permanecem? Há alguma espécie de risco que eles venham a correr?

Guilherme Junior: Realmente, os jovens de hoje serão o futuro de amanha. Diante disso há duas hipóteses, ou o sistema vai se tornar mais frágil ( Pessoas menos formatadas ), ou o futuro da ICM são igrejas super vazias ( Os jovens de hoje saindo e não sendo o futuro da ICM amanha )

Atualmente, há dois tipos de membros, dentre os sérios, honestos, lá dentro: a) os que abriram a mente, mas estão presos no sistema e b) os que não acordaram ainda.

Os que abriram a mente, mas continuam lá, eu vejo que são pessoas que criaram laços tão fortes com o sistema que se tornaram incapazes de romper. Muitos deles estão com a mente totalmente aberta (Será ?), tentam se posicionar contra, mas não conseguem se imaginar indo em outra igrejau. Resquícios da lavagem cerebral. O risco que esses correm é muito grande, risco de vida!

Outros continuam cegos, surdos e mudos. São piores que estátuas de pracinha, que veem tudo, mas não falam nada e ficam rindo o tempo todo.  Acredito que o risco que estes correm é de se decepcionarem tanto, quando abrirem os olhos, a ponto de se tornarem ateus.

Alandati: Há familiares ainda que permanecem na Maranata? Qual é a tua relação com eles? De alguma forma o tratamento dessas pessoas mudou em relação a você?

Guilherme Junior: Graças a Deus, não. Todos meus familiares saíram da ICM, inclusive, eu fui o último a sair de tão “formatado“ que era.

Alandati: Há alguma expectativa de mudanças na Maranata de tua parte?

Guilherme Junior: A ICM tem mudado muito. Muitas coisas que antes eram proibidas, agora, estão sendo liberadas. Mas, essas coisas são o de menos, pois o sistema ainda é o mesmo.

Acredito que ainda vão liberar o uso de calças para as mulheres e bermudas para os homens, e outras coisas mais, de “perfumaria”, no intuito de segurar o rebanho.

Entretanto, a mudança necessária eu acredito piamente que não vai acontecer, pois a ICM é autoritária e tem dono, e isso não muda.

Alandati: Muitos que se retiram da ICM decidem não falar a respeito do que viveram lá dentro. O que você pensa a respeito? Você realiza alguma espécie de trabalho de esclarecimento do povo icemítico, sobre os erros recorrentes na “obra” (apelido da Maranata)?

Guilherme Junior: Minha saída da ICM só me trouxe benefícios, isso em todos os aspectos, por isso eu faço questão de tentar ajudar as pessoas a saírem de lá. Sim, eu realizo uma espécie de trabalho, pelo facebook, para esclarecer esse povo.

Eu era entrosado, tinha funções e tudo mais, e mesmo assim a saída de lá me fez bem.

Quanto a essas pessoas que se retiram e se calam, é até compreensível, pois às vezes falar pode trazer à memória lembranças ruins demais, a ponto de entristecer, ainda mais quando a pessoa tem algum tipo de mágoa.

Alandati: Você praticamente nasceu na “obra”, e com certeza passou por diversas decepções com o sistema, até culminar com a sua saída. Qual seria a recomendação que você deixaria para os pais que têm os seus filhos nascendo e crescendo também sob a influência do sistema implementado pela Maranata?

Guilherme Junior: Minha recomendação não poderia ser outra a não ser: FUJAM ENQUANTO HÁ TEMPO!

A ICM investe pesado nas crianças, realiza dois eventos anuais para um público alvo que biblicamente já esta salvo (Crianças). Qual a explicação disso?  As crianças são mais facilmente manipuladas e formatadas. Uma pessoa nascida e criada na obra dificilmente irá romper com o sistema, pois a mente dela é programada desde criança a aceitar isso.  GG é muito astuto, e é seguido por seus asseclas.

Alandati: Quais seriam suas recomendações finais? (Livre)

Guilherme Junior: Quero frisar uma coisa: O que me fez sair da ICM não foi os escândalos, mas sim as heresias!

Muitas pessoas, a maioria esmagadora, não percebem as heresias dentro da ICM. Eu mesmo, quando era dela, não via falha nenhuma, achava tudo muito perfeito.

Estudem as doutrinas da ICM á luz da palavra e vejam se encontram base bíblica para as doutrinas estranhas, como por exemplo:  obrigatoriedade do clamor pelo sangue precedendo uma oração; consulta á palavra com três textos aleatórios; consulta para batismo; teoria de servo devedor e etc. São muitas coisas.

Outra coisa que quero frisar: Icemitas, não me vejam como inimigo de vocês, não sou um monstro nem um capeta; pelo contrário, sou humano e tento ajudá-los. Pergunte a si mesmo: o que leva um jovem a dedicar tanto à militância contra um sistema eclesiástico? Uns dizem que é mágoa, outros dizem que é frustração, porém o real motivo é compaixão por vocês, pois muitos não sabem o tempo que estão perdendo, dedicando sua vida à instituição.

Desejo a todos os telespectadores da TV Retirantes tudo de bom, a paz do Senhor e, à corja que também está lendo, prisão!

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É interessante esse vigor dos jovens, não é mesmo? Pena que muitos não têm tido a mesma sorte que o Guilherme Junior teve, de ter sido orientado por seus familiares, a ponto de romper com o sistema opressor e escravizante que foi submetido por toda a sua infância, toda a sua adolescência e parte da juventude! Que esse trabalho seja útil para alertar os pais, para que evitem a exposição de seus filhos a práticas que se distanciam do “caminho onde deveriam andar”. Depois, não poderão dizer que não foram avisados!

Graça e Paz de Deus a todos!

Um ótimo domingo,

Alandati.

5 Respostas para ““PRAGA DE URUBU MAGRO NÃO PEGA EM BOI GORDO!”

  1. Pingback: “PRAGA DE URUBU MAGRO NÃO PEGA EM BOI GORDO!” | a obra revelada da icm maranata·

  2. É isso ai Guilherme, to a cinco anos fora dessa loucura e ainda to me desintoxicando, oremos por aqueles que não têem forças para dar o primeiro passo . Deus continue te abençoando..

  3. Acompanho de perto os posts do Guilherme e fico sempre impressionado com o grau de evolução e maturidade dos seus cometários. Ademais, ao revelar que rompeu com o sistema religioso da maranata, por causa das heresias, ele demonstrou ter uma entendimento sobre a icm que vai bem além dos escândalos. Excelente!!!

  4. É uma benção sair de um sistema de lavagem cerebral. Desejar mal às pessoas que saem é anti-bíblico. Assisti a seminários, em Portugal, em que o Pastor Amadeu (médico brasileiro) falava do “bichinho” que iria roer os que saem. Se sabe, como médico, a gravidade e sofrimento do cancro, porque o desejam para os outros? Até lá dentro morrem crentes com cancro, que maldade e disparate. Quem me tirou de lá foi Jesus, em 2006, não precisei de ver escândalos. Mas também, como poderia continuar num local em que um certo diácono colocou a mão na perna? Nada aconteceu a esse diácono. Contei apenas a algumas amigas, que não acreditaram em mim, Continuou sempre nas suas funções, não houve revelação a dizer que se portava mal, que palhaçada. Preferi sofrer em silêncio, pois alguns crentes podem mesmo ficar ateus depois de saberem de tanta aldrabice. Eu não congrego em nenhuma igreja, não é fácil sair de lá: ficamos sem amigos, desamparados. Mas uma coisa sei, mais próximos do amor divino! Continuem a escrever, alguém um dia vai ler estas verdades!

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