ESSA OBRA É UM VERDADEIRO CAMPO MINADO

Meus queridos, a obra era tudo para nós há bem pouco tempo atrás. A linguagem do não pensamento que nos mantinha sob controle nos fazia acreditar que estávamos no caminho certo, perfeitos como cristãos, como obreiros, como pais, como filhos, como cidadãos, enfim, somente nos faltando aguardar a Eternidade com a volta de Cristo. Ledo engano.

As tantas repetições, sejam em púlpitos das unidades locais, ou grandes, pequenas e médias “evangelizações” (quando não se salva quase ninguém), seminários no “quartel general” (maanaim), nas letras dos louvores, nas conversas formais e informais, reuniões, eventos, sempre evidenciaram a perfeição da obra, que nunca se misturou com as mazelas cancerígenas da sociedade, supostamente mantendo-se incólume a todo tipo de corruptela do “mundo” (tudo que não é obra).

Contudo, nesse artigo, iremos apenas colocar os devidos pingos nos is, e tentar demonstrar que as coisas de fato não são bem assim, e que na verdade, seja por qualquer ângulo que se enxergue, a obra apresenta-se como um verdadeiro campo minado, pois há bombas para tudo que é lado, não importando em qual seara que se avance. Vejamos pontualmente abaixo, todos com o referencial na obra, o qual temos propriedade em discorrer, devido ao convívio longo de anos por lá:

Cristianismo: a figura do Cristo está relegada a segunda categoria, pois o deus “obra” é muito mais infalível que o primeiro, e embora se fale o nome de Jesus, as vezes em que é pronunciada a palavra obra superam infinitamente em quantidade as menções ao Cristo;

Bíblia: o tão combatido aqui M.A.L. (mistério além da letra) esconde, ou melhor, atropela as Escrituras Sagradas, pois os registros bíblicos parecem mero cenário para que se busque o que está por trás;

Revelação: além de se manifestar na extrema alegorização da interpretação bíblica, é argumento principal para manter a linguagem do não pensamento, servindo como “palavra final” em qualquer possível resistência de execução de ordens. Faz-se porque é revelação, e pronto. O problema é que já nos foi descortinado que não é revelação de Deus o que se vive na maranata, na grande maioria dos casos, e sim do “sinhô” (homem);

Dogmas: diante de todos os ocorridos, foram evidenciados diversos dogmas na maranata, no sentido de haver práticas que simplesmente são repetidas, não questionadas, e como todo e qualquer dogma, não encontrando respaldo bíblico para existirem. Exemplificamos com o clamor pelo sangue de jesus (inclusive materializado agora como fio de escarlate, gravatas vermelhas, etc.), não toqueis no ungido do sinhô, o ministério está acima dos dons, as apostilas têm força de escritura sagrada, necessidade de se consultar para batismo, a obra é filho único, os rituais de ofertar flores pelas senhoras, os maanains são lugares santos, etc…;

Meios de graça: como bem já apontou o nosso irmão Ézio Luiz, em http://www.ezioluiz.com.br/2011/12/01/fe-unico-%E2%80%9Cmeio-de-graca%E2%80%9D/, não há meios de graça no plural, por ser o único meio a fé, de se alcançar graça de Deus. O bom estudo do nosso amado irmão declara sabiamente que Deus não age com toma-lá-dá-cá com o homem, ou seja, não retribui proporcionalmente ao que foi feito para se obter as bençãos (graças) dEle;

Doutrinas: invariavelmente não se segue aquilo que é genuinamente bíblico, com toda a simplicidade que a Palavra descreve, preferindo-se, mas não inocentemente, descambar para o duvidoso, com grandes e bem elaboradas meias-verdades. Como exemplo, citamos a doutrina obrática da consulta à palavra, que não é simplesmente o razoável ato de abrir a Bíblia e pedir uma palavra para Deus, e sim o questionar de determinados assuntos, lançando sorte sobre aberturas de textos aleatórios das Escrituras, configurando-se na bibliomancia. Note que usar a Bíblia como forma de conduta é bem melhor – https://diganaoaseita.wordpress.com/biblia-manual-de-conduta-nao-so-de-consulta/;

Transparência: Não há o mínimo de claridade em nada do que é feito na obra, a começar pelo administrativo até o eclesiástico. Sobre isso, citamos uma pequena evidência: mesmo sob intervenção judicial, impedindo a atuação dos gerentes do pes, ainda saíam do forno do palácio as circulares poderosas, determinando posturas, com a assinatura da “direção” (que direção seria essa?!?!?), valendo dizer que as manobras são sorrateiras, e não tem nada a ver com a orientação de Deus, que é transparente, e nos ensina a sermos assim, principalmente quando cuidamos de algo em comum. Outros fatos nebulosos foram o procedimento administrativo, a auditoria no pes, e o processo de ressarcimento de dízimo na justiça;

Comunhão: nunca prevaleceu a comunhão plena entre os próprios irmãos da maranata. Por oportuno, reporto-me ao nosso artigo que ilustra bem essa questão: https://diganaoaseita.wordpress.com/2012/10/26/para-a-nata-tudo-para-a-mara-nada/, ou seja, sempre imperou o facciosismo dentro da icm-pes. Nesse ponto também evidenciamos a centralização na administração dos recursos, sendo que quem decide o que fazer com o bem comum, decorrente das arrecadações, não são os membros, e sim o pes; os pastores não são eleitos pela membresia;

Sectarismo: não há necessidade de nos aprofundarmos muito nesse tema, pois é inquestionável a separação da obra de todas as outras denominações, e dos seguidores da obra de todos os outros irmãos, que congregam em outros lugares; sectarismo e proselitismos estão de mãos dadas na obra;

Politicagem: as escolhas dos que serão “levantados” a cargos, as manobras para se conseguir votos para os “amigos da obra” em troca de vantagens para a obra, alianças, barganhas, enfim, todo o tipo de conduta que transcende uma política saudável, que seria concernente ao modo natural do homem de se relacionar na sociedade, interagindo com todos, mas primando pelo tratamento igualitário para todos;

Terrorismo: são lançadas diversas maldições aos que rompem com o sistema, e esse é tachado de caído, quando também todos os remanescentes são desencorajados a procurarem ou até mesmo buscarem qualquer tipo de contato que seja com o “desertor”, assim considerado;

Família: essa importante célula na vida social do homem é renegada também em detrimento do convívio para os eventos da obra. A família pode esperar em tudo, e se sobrar algum tempo, depois do encontro com os irmãos da maranata, pode se fazer presente junto aos familiares. Além disso, não há bons exemplos de vida saudável familiar dentro dos próprios gerentes da cúpula, e infelizmente essas práticas têm se repetido aos montes na unidades locais. Muitas separações comprovam isso, sendo que alguns só não separam, para não “manchar a obra”;

Convívio social: tal qual as ausências junto ao seio familiar, o seguidor da icm é incentivado a se afastar de todo tipo de convívio social, principalmente que conflite com os horários de eventos na obra, que diga-se de passagem, não é difícil de ocorrer, com uma agenda totalmente lotada pelas revelações, orientações, convocações, etc.

Dons: quando não são inventados, o que ocorre na grande maioria, são manipulados ao bel prazer do seu possuidor. A edificação da igreja (pessoas que compõem o corpo de Cristo) fica em segundo plano, e em não raras vezes, o dom é usado para bater, humilhar, escorraçar, fragilizar, ameaçar, ou “colocar no banco” (figura não encontrada na Palavra), condenando alguém sem defesa prévia. A cobrança pelos dons, que não são tão frequentes assim na Bíblia, tal qual aparecem na maranata, já é um mal por si só, e aí que entra a criatividade dos “vasos usados” nos dons para as reuniões da obra. Que perigo! Será que não se participou de fogo estranho em algum culto?

Verdade: esse quesito foi demonstrado não existir na obra, pois não faltaram oportunidades em que a membresia pudesse ser esclarecida de tudo que estava acontecendo, ao invés de ouvir que tava “tudo certo”. Infelizmente, os jornais estamparam as notícias de que na realidade não estava nada certo, e os flagras de mentiras foram inevitáveis;

Arrependimento: vemos que essa postura antecede muitas regenerações na Bíblia. Podemos citar os exemplos de Zaqueu e do malfeitor da cruz. Mas, os “perfeitos” da obra não se arrependem, chegando ao ponto de tentar incitar o povo em rebeliões contra a mídia, ataques contra os que testemunharam sobre a verdade do que sabiam, promovendo até demandas judiciais para tentar intimidá-los, e tentar também calar futuros delatores;

Crimes: se não bastassem todas as heresias vividas na obra, o que a meu ver é bem mais grave, há fortes suspeitas de delitos gravíssimos, que foram cometidos pelos líderes da obra. Não podemos deixar de ressaltar que o que era chamado de obra foi rebatizada de sofisticada organização criminosa pelo Ministério Público Estadual, cuja liderança seria o vértice da estrutura piramidal dessa organização;

Escândalos: toda a imagem impoluta que se ostentava a obra caiu por terra diante de escândalos de toda ordem. Descobertas, revelações, assombros, prisões, desvios sexuais, coações, tentativas de acertos, publicação de gravações comprometedoras. Bem, aqui fica mais evidente ainda que a obra é um campo minado, de tanta bomba.

Meus amados, parece que está difícil dar algum passo dentro do campo da obra! Onde se pode caminhar seguro, se nos campos eclesiásticos, espirituais, e seculares estão escondidas inúmeras minas, que poderão explodir a qualquer momento?

Quer saber de uma coisa? No campo em que Jesus verdadeiramente está, HÁ SEGURANÇA! Então, por isso preferi sair desse campo minado da obra, e busquei os campos livres que Deus tem me proporcionado. E você, quer continuar correndo o risco de uma explosão do seu lado? Foge dela, povo meu! Larga esse sistema falido! Siga a Jesus!

Termino com uma citação bíblica, que aponta um campo em que se pode até deitar, de tanta segurança:

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.”

Salmos 23:1-2

Nesse campo citado acima, pode-se “deitar e rolar”, pois não há nenhuma mina que possa estourar perto de você! Descubra isso!

Graça e Paz,

Alandati.

4 Respostas para “ESSA OBRA É UM VERDADEIRO CAMPO MINADO

  1. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
    Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante;
    Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.
    Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,
    Aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.
    Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.
    Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé.
    Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.
    Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.
    Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.
    Tito 1:7-16
    Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
    Os velhos, que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, no amor, e na paciência;
    Tito 2:1-2
    Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade,
    Tito 2:7
    Não defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador.
    Tito 2:10
    Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.
    Tito 3:8

  2. Graça e Paz de Cristo amados,

    Gostaria de compartilhar um artigo muito interessante, sobre a religiosidade. O autor fala do quanto é difícil discernir o que realmente vem a ser Vida Espiritual. Aborda o peso do legalismo “farisaico” que se introduziu nas igrejas ditas evangélicas. Não deixem de conferir, pois creio que muitos se identificaram com o que vivem ou viveram na experiência de “obra”.
    http://www.secrai.com.br/home/?p=54

  3. Parabéns Alandati pelo texto.

    Coragem e força para se aprofundar no conhecimento das verdades bíblicas. Como diz a Palavra, o povo perece porque lhe falta o conhecimento. Fico imaginando o medo que os crentes em Jesus têm em se aprofundarem na Palavra, no estudo teológico, como se isso nocivo fosse. Não podemos julgar a experiência pessoal de cada servo de Deus. Mas, é devido á permissividade e passividade dos ditos cristãos, que o Evangelho chegou ao estado como está. É preciso que servos comprometidos com a Graça e o Reino de Deus, lutem pela igreja de Cristo, que ainda respira, sim! Afinal, quem dá vida é o próprio Espírito de Deus. Deus não está preocupado com massas, muito menos com números. Deus está comprometido com quem está O adorando em Espírito e em Verdade.

    Fiquem com Deus

    • Obrigado, Talmidim, pelo incentivo!

      É, realmente, eu preciso a cada dia mais me aprofundar no conhecimento das verdades bíblicas. Aproveito o ensejo para incentivar aos irmãos que também o façam, pois as coisas nas estruturas montadas por homens tendem a se afastar de Deus, haja vista a denominação equivocada do que realmente é “igreja”, por exemplo, espalha-se como entendimento generalizado.

      Nós somos a “igreja”, queridos! O acesso até a verdade bíblica está acessível a todos! Ele é universal, e não se concentra em mãos de poucos!

      A grosso modo, comparando Deus como nosso pai terreno, apesar de já sabermos que é o Pai Eterno, ninguém poderia, em um tempo específico, colocar restrições e condições suas, para que você, enquanto filho, pudesse ter acesso até seu pai! Isso é um absurdo! Postura inaceitável!

      Você precisa conhecer bem do que Teu Pai, Deus, gosta, o que Ele quer, e o quê Ele deseja de você, como alguém que faça parte do Seu Corpo. E como você é igreja onde quer que esteja, ninguém tem prevalência em relação a você, auto intitulando-se “mais filho”, e tentando imputá-lo regras para serem seguidas, enquanto Seu próprio Pai não age assim.

      Eu não sei se consegui ser claro, mas é isso que tem acontecido atualmente. Constrói-se muito em cima do que realmente não tem relevância. E o pior: cobra-se muito em cima de algo que se tornou “tradicional”, mas não é bíblico!

      Precisamos buscar um grupo que respeite as diferenças, pois todos somos filhos, e todos são membros do Corpo, e não adianta sair de uma seita e formar outra, nossa, particular, individual, na base do achômetro. Tudo nesta vida que promove crescimento é decorrente de pesquisa, estudo, debate, humildade, revisão. Não tem outra forma!

      Um grande abraço a todos desta família aqui estabelecida.

      Graça e Paz de Deus!

      Alandati.

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